O Rio Grande do Sul é um dos maiores produtores de morangos do Brasil em sistema tradicional, isto é, sobre canteiros preparados no solo com uso de lonas plásticas (mulching) e sistema de gotejamento. Também se utilizam túneis baixos para proteção das plantas contra intempéries.
Entretanto, nos últimos anos, sistemas inovadores de produção têm impulsionado a cultura e levado a produção de morangos para sistemas fora do solo. Sistemas fechados ou abertos são opções rentáveis que mitigam o trabalho, potencializam a produção ao longo de todos os meses do ano, reduzem o impacto e os efeitos da aplicação de agrotóxicos na cultura.
O sistema de cultivo fora do solo pode ser classificado em sistema fechado ou sistema aberto. No sistema fechado, a solução nutritiva que passa pelas raízes das plantas é coletada e retorna ao reservatório de origem, permitindo sua reutilização.
Já no sistema aberto, a solução aplicada não retorna ao reservatório, ocorrendo a perda da solução nutritiva não absorvida durante a fertirrigação.
Esse fator representa o principal problema desse sistema, pois o excedente pode contaminar o solo e, em casos mais graves, atingir lençóis freáticos e cursos d’água, gerando impactos ambientais relevantes.
O sistema de cultivo aberto apresenta como principal vantagem a facilidade de aquisição dos componentes, além da simplicidade na instalação e no manejo.
Atualmente, existem diversas empresas especializadas que fornecem praticamente todos os materiais necessários para a implantação desse tipo de sistema. O manejo também é de fácil compreensão para os agricultores, já que possui grande semelhança com o cultivo tradicional em canteiros no solo.
No entanto, por razões econômicas e ambientais, observa-se uma tendência crescente de migração para o sistema de cultivo fechado, que utiliza substratos agrícolas e a recirculação da solução nutritiva, promovendo maior eficiência no uso de insumos e menor impacto ambiental (LIETEN et al., 2004; ANDRIOLO et al., 2009).
Os sistemas de produção de morango fora do solo apresentam algumas vantagens, quando comparados com sistemas de produção no solo, sendo as principais:
Além das vantagens citadas, podemos destacar como benefícios adicionais a maior produtividade e a qualidade da fruta, proporcionando ciclos de produção que podem se estender durante o ano inteiro (MORAES; F URLANI, 1999; ANTUNES; DUARTE FILHO, 2003).
A produção de morangueiro fora do solo pode chegar a triplicar o potencial de uso da área de terra (BORTOLOZZO et al., 2007).
A escolha da área onde serão instaladas as estruturas de produção de morango fora do solo é o ponto de partida, pois uma decisão equivocada pode levar o sistema à ineficiência produtiva. Sendo assim, algumas recomendações devem ser levadas em consideração:
No caso do sistema de cultivo aberto, geralmente as plantas são cultivadas em ‘slabs’, sendo uma embalagem plástica (PEBD) tubular, preferencialmente de cor branca externamente e internamente preta, para evitar aquecimento excessivo do substrato que é colocado em seu interior, bem como evitar a germinação de sementes que possam existir ali.

Os ‘slabs’ podem ser adquiridos prontos (com substrato) ou vazios, para que o produtor prepare o seu próprio substrato e realize o enchimento na propriedade, reduzindo o custo, além de garantir maior controle sobre o substrato utilizado e seus componentes.
Atualmente, existem disponíveis no mercado plásticos especialmente destina- dos à confecção dos ‘slabs’, com distintas dimensões e espessuras. As larguras mais comuns dos ‘slabs’ comerciais são: 39 cm; 33cme30cm.
Os ‘slabs’ confeccionados com material de 39 cm de largura comportam cerca de 60 litros de substrato por metro; os com 33 cm de largura, 42 litros; e os de 30 cm comportam aproximadamente 28 litros de substrato.
A maioria dos produtores utiliza de sete a 10 plantas por metro de ‘slabs’, dispostas em filas duplas, sendo este um ponto de grande divergência atualmente. Algumas cultivares apresentam melhores resultados quando cultivadas em fileira única no ‘slab’, acondicionando assim seis a oito plantas por metro.
De forma prática, utilizando-se a estrutura “guarda-chuva” com arcos de 5,20 m e comprimento de 30 m de estufa (dimensões mais utilizadas), é possível alocar quatro fileiras duplas de ‘slabs’ por estufa, resultando em aproximadamente 240 m de ‘slabs’ por estrutura, onde podem ser alocadas de 1.680 a 2.400 plantas, dependendo da cultivar utilizada.
A utilização de ‘slabs’ traz como vantagem em relação aos demais sistemas de produção a substituição dos mesmos quando as plantas apresentarem sintomas de podridões de raízes ou outro patógeno de solo, já́ que é possível eliminar o ‘slab’ contaminado sem prejuízo às demais plantas do sistema.
A recomendação é que se realize a troca dos ‘slabs’ e do substrato a cada dois anos, minimizando assim a possibilidade de perda de produtividade em virtude de contaminantes.
Os ‘slabs’ devem ser dispostos sob bancadas de sustentação, que podem ser construídas com diferentes materiais e formatos. É importante destacar que as mesmas devem apresentar resistência estrutural suficiente para sustentar o peso dos ‘slabs’ com o substrato saturado com a solução nutritiva.
De forma geral, as bancadas devem ser construídas na altura de 1m do solo, sendo muito importante que o espaço entre as bancadas permita a realização de tratos culturais e colheita das frutas.
A distância mínima a ser adotada é de pelo menos 0,5 m, sendo recomendado também um espaço livre no início e no fim da estufa.
No sistema fechado, o leito de cultivo (bancada) pode ser de dimensões e formatos variados, mas sempre atendendo às funções principais exigidas, como: o volume adequado de substrato por metro linear, que dará́ suporte às plantas (desenvolvimento do sistema radicular), recolhimento e destinação da solução nutritiva excedente.
Os principais materiais utilizados são telhas de fibrocimento e calhas de PVC ou madeira, sendo estas de fácil aquisição e manejo durante a montagem do sistema. As calhas ou telhas devem ser impermeabilizadas com filme plástico que fica entre o suporte e o substrato.
As bancadas devem apresentar um desnível de 2 a 4% nas calhas, para permitir a drenagem da solução nutritiva não absorvida pelas plantas e possibilitar que a mesma seja coletada e direcionada novamente para o reservatório principal. Outro fator a ser observado é que o comprimento total das calhas não seja superior a 15 m, evitando, dessa forma, excessiva diferença de umidade no substrato das plantas mais próximas e distantes da drenagem.
Estudos estão sendo realizados para definir a melhor densidade de plantio no sistema fechado, sendo essa definição prejudicada pelo grande número de estruturas utilizadas pelos produtores. A telha pode ser utilizada inteira ou com suas canaletas individualizadas e espaçadas aproximadamente em 30 cm uma da outra.
Essa disposição auxilia no melhor aproveitamento da luz, além da melhor aeração do sistema. A estrutura de sustentação para os leitos de cultivo do sistema fechado também apresenta grande variação em formatos e materiais utilizados em sua confecção, sendo atualmente utilizadas, na maioria, estruturas de madeira, seja ela tratada ou não.
Essas estruturas devem ser construídas de forma que permitam um desnível entre a parte de entrada do sistema de irrigação e a parte de coleta da solução drenada. Esse desnível não deve ultrapassar 4%, evitando assim o deslocamento do substrato juntamente com a solução drenada para a parte inferior do sistema, além de gerar grandes diferenças de umidade no substrato ao longo da calha.
Quando utilizadas telhas de fibrocimento como leito de cultivo, é necessário que as estruturas de sustentação apresentem elevada robustez, sendo que o conjunto telha, substrato, sistema de irrigação e plantas apresenta maior peso quando comparado a outros materiais.
Também é recomendada a utilização das estruturas de sustentação num espaçamento máximo de 1,5 m, garantindo boa sustentação e drenagem do sistema.
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