Produção suspensa de morango em estufa.

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Produção suspensa de morango em estufa.

Os sistemas suspensos foram uma das maiores inovações do setor. Tiveram como maiores vantagens em relação ao sistema no solo a melhor otimização dos trabalhos manuais, maior adensamento de plantas, redução ou eliminação das doenças de solo e o maior controle da adubação.

 

Benefícios

Os ganhos de produtividade dos colaboradores foram significativos – enquanto no solo um colaborador consegue cuidar de 6.000 plantas, em sistemas suspensos em prateleiras esta quantidade de mudas subiu para 9.000 plantas, um aumento significativo de produtividade de 30%. A melhor utilização de área foi expressiva. Com a mesma variedade, no solo a quantidade de mudas é em torno de cinco plantas por metro quadrado de área cultivada, enquanto no sistema suspenso em prateleira esta quantidade é variável em relação ao sistema utilizado.

O mais comum é utilizar 7,5 plantas por metro quadrado de área cultivada, incluindo o espaço entre estufas, mas podendo chegar a 12,5 mudas, sem adotar um adensamento excessivo.

Desafios

Um dos maiores problemas fitossanitários no cultivo aberto são as doenças de solo. No caso de manter a produção com as mesmas plantas por dois anos de cultivo, no segundo ano no solo o índice de mortalidade de mudas pode chegar a mais de 50%, sendo este o principal fator que leva ao término do cultivo da área.

No sistema suspenso em prateleira esta mortalidade é mínima e geralmente o fim do cultivo é determinado pelo envelhecimento das mudas.

 

Adaptação

A principal necessidade de adaptações do produtor do sistema convencional no solo em relação aos sistemas suspensos diz respeito às fertirrigações e soluções nutritivas.

Em sistemas de produção no solo, cada planta tem à disposição um grande volume de solo por planta. Em sistemas suspensos a quantidade varia de dois a 10 litros por planta.

Quanto menor a quantidade de substrato, menor será o intervalo de fertirrigação e o período de irrigação. Por outro lado, quanto maior o tamanho da planta, menor será o intervalo de fertirrigação e maior o período de irrigação. No sistema em substrato aumenta a probabilidade de ocorrerem períodos com baixa umidade por variações climáticas, necessitando diminuir rapidamente o intervalo entre fertirrigações. Também ocorrem variações drásticas de consumo de água por planta, podendo ocasionar o acúmulo de nutrientes no substrato.

 

Dicas

É fundamental o acompanhamento de forma intensiva do manejo da condutividade elétrica (indica a concentração de adubos na solução nutritiva), tanto na entrada como na drenagem. Ao superar, na drenagem, 1,5, é preciso aumentar o período de fertirrigação para elevar a porcentagem de drenagem, diminuindo a condutividade elétrica e reequilibrando o sistema.

Quando ocorrem períodos de chuva e nublados, recomenda-se aumentar o período entre irrigações e diminuir o período de irrigações. Em sistemas de fertirrigação em substrato, toda a irrigação deve ser feita com a solução nutritiva, que deve ser equilibrada e pode variar conforme o clima, estado fenológico (crescimento, floração e maturação) e variedade.

 

Viabilidade

Os sistemas suspensos em prateleiras possuem um custo de implantação maior, mas de manejo menor. Portanto, há necessidade de aprender técnicas do manejo do sistema em substrato com fertirrigação por gotejamento, algo desconhecido pelos produtores convencionais.

Esta aprendizagem foi um fator que levou muitos produtores, na fase inicial, a obterem resultados inferiores ao seu potencial. Com o aumento do conhecimento, os sistemas suspensos passam a ser os modelos de produção preferenciais.

Lembrando que esta aprendizagem deve ser constante, pois as tecnologias neste sistema estão em aperfeiçoamento contínuo, e ainda são insuficientes para atingir todo o potencial máximo do cultivo.

 

Fonte: Revista Campo e Negócio

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