Estufa agrícola, condições favoráveis para cultivos diversos.
A estufa agrícola foi introduzida no Brasil nos anos 1980 pela Petroquímica Triunfo, com a intensão de difundir o uso do filme de polietileno de baixa densidade aditivado anti-UV. Esse filme tinha como principal qualidade a durabilidade, quando exposto ao sol. O aditivo permitia que ficasse exposto durante períodos de até quatro anos, desde que não houvesse outros danos físicos.
O modelo de estufa inicial proposto para difusão do plástico foi construído com madeira, em sua maioria com toras de eucalipto, e com alguns caibros e ripas para fixação do filme plástico. A construção era simples e rústica, tendo sido bastante difundida pelos vários órgãos de extensão rural, especialmente na região sul do Brasil.
Pretensões
Com esses conhecimentos houve intensão de não chamar as estruturas de estufas, visto que o chamado ‘efeito estufa’ não ocorria, pois a cobertura de plástico é transparente em mais de 90% e a radiação de onda é longa (radiação que aquece o ar). Outras nomenclaturas foram tentadas, como ‘ambiente protegido’, porém, o nome estufa plástica se manteve forte e é utilizado até hoje.
Apesar de não ter obtido sucesso com a redução do frio interno, muitos locais de pesquisa e produção verificaram que outras qualidades e benefícios a estrutura proporcionava, como redução de danos pelo vento, chuva ou granizo, aumento da taxa de crescimento vegetal (área foliar e altura de planta), características de sabor beneficiadas, além de outras vantagens.
A evolução das estruturas
Com o maior conhecimento dos benefícios, as recomendações de uso de estufas foram mudando, como por exemplo, a recomendação para a produção de tomates durante o período de maior preço de mercado que não era possível durante os períodos mais frios no Sul do Brasil.
Verificou-se que o maior valor se encontrava em dois períodos. Para produção nessas épocas, o cultivo dentro das estufas facilitava atingir altas produtividades com duas épocas de cultivo. A dificuldade de produzir nessas épocas era devido a temperaturas baixas no Sul e temperaturas elevadas e com chuvas no Centro do Brasil.
Outra característica favorável às estufas foi o cultivo de folhosas e de algumas espécies de hortaliças com ciclo mais longo, como pimentões coloridos e morango, e espécies de fruteiras suscetíveis a doenças, como framboesa e outras que não apresentavam qualidade adequada.
Resultados de pesquisas
Com as observações colhidas em vários locais do Brasil, salientou-se outros benefícios do uso de estufas para cultivo, além dos inicialmente propostos. O uso de estufas se difundiu em todo o nosso País e em quase todos os cultivos, devido aos benefícios alcançados pelos produtores.
No Norte como protetor de chuvas, no Nordeste como redutor de radiação e ventos, no Centro como um protetor de condições adversas na produção de hortaliças, bem como no uso de produção fora do solo (vários tipos de hidroponia), como elemento isolante da precipitação nesses sistemas.
Alguns trabalhos de pesquisa concluíram que a maior umidade relativa do ar, menor radiação solar e menor demanda atmosférica melhoram as condições hídricas da planta mostradas pelo maior potencial de água em seus tecidos, refletindo em maior área foliar e maior condutância estomática, características relacionadas às plantas de sombra, como aumento da vida útil das folhas em sua capacidade fotossintética.
Benefícios garantidos
Todas as características apresentadas demonstram que existe uma grande proteção da estufa sobre as plantas, determinando uma maior resistência a patógenos, o que, por sua vez, determina uma redução no potencial de infecção de várias doenças, facilitando o cultivo de várias culturas, inclusive a redução ou eliminação de agrotóxicos.
O cultivo em estufas facilita o manejo das plantas, visando o controle de doenças, o que também permite ou amplia o uso de produtos alternativos não tóxicos ou de menor toxicidade para manejo de doenças. Esse benefício do uso de estufas talvez seja o maior dentre as várias facilidades proporcionadas pelo seu uso. Algumas culturas, como o morangueiro, que já não eram mais cultivadas em algumas regiões tradicionais do Sul do Brasil, foram modificadas com a possibilidade de cultivo fora do solo em ambientes protegidos, com estufas permitindo que a produção voltasse a ser tão ou mais importante.
O cultivo orgânico
Apesar de algumas normativas da produção orgânica ou natural não recomendarem o uso de plásticos, verificou-se que o cultivo orgânico cresceu com os benefícios das estufas, principalmente no controle de patógenos.
Nem todas as doenças e pragas são eliminadas, porém, várias técnicas e acessórios indicados para uso nas estufas facilitam o controle dessas pragas, como ventilação forçada, uso de tela contra insetos indesejáveis, controle de irrigação, uso de cultivo em substratos artificiais, irrigação localizada, sombreamento e outros, com uso de automação de variáveis climáticas.
O manejo de estufas pode ser desde o mais simples, com recomendações de evitar o molhamento das plantas e ventilar ao máximo, até manejos mais sofisticados em ambientes automatizados, controlando temperaturas, umidade relativa, CO 2, radiação solar ou complementação luminosa, etc.
5 dicas na escolha da estufa ideal
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