luz no cultivo protegido
Cultivos, Estufas, Zanatta

5 maiores importâncias da luz no cultivo protegido

Importância da luz no cultivo protegido O cultivo protegido é definido como a produção de plantas feita em ambientes onde há o controle, total ou parcial, de pelo menos um fator climático. Assim, a manipulação da luminosidade é considerada uma técnica de cultivo protegido. Para melhor exemplificar como podemos alterar a luz em benefício das plantas, iremos fracioná-la em três fatores: intensidade de luz (quantidade); qualidade da luz (comprimentos de onda) e duração do período de luz (fotoperíodo). O conceito A luz solar é como uma chuva de fótons de diferentes frequências e comprimentos de onda. Do total de energia solar que incide sobre as plantas, apenas uma pequena fração (cerca de 5%) é convertida em carboidratos. O motivo dessa porcentagem tão baixa é que grande parte da luz tem um comprimento de onda demasiadamente curto ou longo para ser absorvido pelos pigmentos fotossintéticos. O espectro de luz que as plantas utilizam na fotossíntese é denominado de radiação fotossinteticamente ativa e compreende os comprimentos de onda entre 400 a 700 nanômetros. A intensidade de luz está relacionada à quantidade de luz ou fótons que incide sobre o ambiente de cultivo. Considerando a faixa de luz utilizada no processo fotossintético, a quantidade de luz (ou densidade de fluxo fotônico fotossintético) que incide sobre o dossel de um cultivo em um dia ensolarado é de cerca de 2.000 μmol m-2 s-1. Contudo, as plantas não aproveitam toda essa quantidade. O ponto a partir do qual as plantas param de responder ao aumento da quantidade de luz é chamado de ponto de saturação luminosa (PSL) e varia de espécie para espécie e até mesmo em função das condições de crescimento de cada folha numa mesma planta. O tomateiro, por exemplo, é uma espécie exigente em luz e seu ponto de saturação luminoso é superior ao da alface. De maneira geral, as folhas dos vegetais saturam de luz entre 500 a 1.000 μmol m-2 s-1. Folhas de culturas bem adubadas podem apresentar ponto de saturação luminosa acima de 1.000 μmol m-2 s-1. Cabe ressaltar aqui que a incidência de luz sobre as folhas de uma planta pode variar em função da sua posição. Assim, as folhas do topo do dossel de um tomateiro podem atingir o ponto de saturação luminosa, enquanto que as folhas baixeiras não. A luz e sua qualidade A qualidade da luz está relacionada com a proporção de comprimentos de onda que compõe a luz que incide sobre as plantas. A luz natural possui uma proporção específica de comprimentos de ondas que pode ser alterada naturalmente, pela copa de uma árvore, por exemplo, ou artificialmente, por meio de filmes plásticos, telas de sombreamento coloridas e iluminação artificial. A qualidade da luz exerce grande influência sobre o crescimento e desenvolvimento das plantas, podendo ser preponderante para que certos processos ocorram, como, por exemplo, a germinação de sementes, o florescimento, o estiolamento das plantas, a abertura estomática, a síntese de pigmentos e a promoção de crescimento. Os comprimentos de onda mais eficientes à fotossíntese, ou seja, os que mais estimulam o crescimento vegetal, são próximos de 430 nm (faixa do azul) e de 660 nm (faixa do vermelho), que são as faixas do espectro da luz que as clorofilas mais absorvem. Já a duração do período luminoso (ou fotoperíodo) é o tempo de exposição contínua à luz. Essa duração naturalmente está relacionada ao local de cultivo. Regiões próximas à linha do equador (latitude 0) possuem fotoperíodo próximo de 12 horas, tanto no inverno quanto no verão. Quanto mais afastado da linha do equador é o local de cultivo, maiores são os comprimentos dos dias no verão e menores no inverno, e isso pode ter várias implicações no cultivo de plantas. A duração do período de exposição à luz está diretamente relacionada ao potencial fotossintético das plantas. Quanto maior o tempo de luz, maior será a produção de fotoassimilados. Além disso, o comprimento do dia pode induzir processos específicos em algumas plantas. Para a cebola, por exemplo, a exposição a determinado número de horas de luz (ou quantidade superior) é fundamental para estimular a bulbificação. Plantas submetidas a fotoperíodos menores que o necessário (inferior ao fotoperíodo crítico) não irão bulbificar de forma adequada. Naturalmente, conseguimos manejar o fotoperíodo pela seleção do local e da época de cultivo. Artificialmente, podemos reduzir o comprimento do dia por meio de cortinas (blecautes) e aumentar com o uso de iluminação artificial. Funções das cores das telas Em cultivos protegidos, a forma mais fácil e usual de manipular a luz é com as telas agrícolas (também conhecidas como telas de sombreamento). Atualmente, há no mercado telas agrícolas com diferentes características e aplicações. As telas têm duas principais funções (mas não únicas): reduzir a intensidade de luz que atinge as plantas e reduzir a temperatura do ambiente. Além dessas funções, algumas telas são usadas para aumentar a difusão de luz no interior do dossel, como as telas brancas e aluminizadas; ou para alterar a qualidade da luz. Nesse caso, elas são chamadas de telas fotosseletivas. Cabe aqui ressaltar que estamos considerando como telas todos os materiais fabricados com o objetivo de reduzir a intensidade luminosa do ambiente de cultivo, incluindo as telas propriamente ditas e as malhas agrícolas. A intensidade da luz pode ser reduzida em diferentes níveis. Essa redução está vinculada ao grau de sombreamento que o material possui. Há telas desde 15 até 80% de sombreamento. Para selecionar a tela correta, o produtor deve se atentar à espécie ou espécies que estão sendo cultivadas. Há aquelas que são mais tolerantes ao sombreamento, como a rúcula, e outras que são mais exigentes em luz, como tomate e pimentão, por exemplo. A seleção da tela errada pode prejudicar significativamente a produção comercial da espécie cultivada. O sombreamento excessivo do tomateiro, por exemplo, além de reduzir o potencial fotossintético das plantas irá estimular o alongamento do internódio. Isso irá reduzir o número de cachos formados até o arame superior e, consequentemente, reduzirá a produtividade. Já o excesso de luz para rúcula